quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Dicas Práticas para o Tempo Devocional - por Rosane Faria

Uma relação pessoal de amizade com Deus não cabe num molde a ser reproduzido, e cada indivíduo precisa encontrar o próprio ritmo, intensidade e modelo. O que oferecemos a seguir, portanto, não é uma fórmula ou receita universal, mas uma série de sugestões e indicações sobre os aspectos práticos do tempo devocional do cristão.


Abandono e silêncio interior

Quem entra na intimidade com o Senhor começa a perceber que várias interferências – agora não externas, mas internas – passam a surgir. Embora já tenha conseguido “entrar e fechar a porta” fisicamente, falta o mais difícil: entrar no “aposento” interior e fechar as portas para a turbulência dos pensamentos, das lembranças, distrações e inquietudes.

Por isso, é necessário que se dedique um tempo para esse abandono e entrega. É preciso que se apaguem as chamas, silenciem-se as guerras, curem-se as feridas, perdoem-se as ofensas das pessoas, peça-se perdão, aceite-se a si mesmo e aos outros, assumam-se histórias. É preciso abandonar-se nas mãos do Pai e aceitar toda a sua realidade para que se rompam as águas agitadas e turbulentas da superfície e se alcancem águas mais profundas e calmas.

Muitas práticas podem ajudar-nos: colocar uma música ou mesmo cantar alguma. Ler um salmo, ler em voz alta poesias ou crônicas que falam sobre abandono e entrega, fazer orações espontâneas, procurar uma posição confortável, relaxar a musculatura, controlar a respiração, ou seja, tudo o que nos leve a acalmar o interior. Nesse caminhar, muitas vezes precisamos de muletas para ajudar-nos a vencer as dificuldades, e devemos lançar mão delas enquanto estivermos inseguros. À medida que crescermos na intimidade com Deus, perceberemos que não precisamos mais delas e já andamos, e até corremos, sem impedimentos.

Leitura espiritual ou leitura orante

Há um testemunho unânime de cristãos de todos os tempos de que a oração pessoal deve ser sustentada pela leitura freqüente das Escrituras. Faz parte de uma prática utilizada pelos pais da Igreja que foi denominada de Lectio Divina, uma subida ao encontro do Pai cujos primeiros degraus são a leitura (lectio), a meditação (meditatio) e a oração (oratio).

A meditação enriquece a alma e é preciosa em preparar a mente para a revelação do Espírito. Como as faculdades humanas podem sofrer interferências e distrações, a leitura torna-se imprescindível para muitos de nós. A própria Teresa de Ávila, conhecida pela vida contemplativa e seus muitos ensinamentos sobre ela, dizia: “Durante 14 anos, não consegui meditar a não ser por meio da leitura”.

Não se trata da leitura sistemática ou do estudo bíblico visando ao conhecimento. Deve ser uma leitura que nos tome e conduza-nos afetivamente para os braços do Pai. Inácio de Loyola nos propõe, em seus exercícios espirituais, que, lendo e meditando, usemos a imaginação para colocar-nos na cena. Sinta-se sentado no barco quando Jesus aplaca os ventos. Presencie a multiplicação dos pães e sente-se em algum dos grupos para comer o pedaço oferecido. Assim, lentamente, vá lendo, meditando, lendo, orando, e, quando sentir a visitação do Senhor, pare. Ele pode ter uma revelação, uma inspiração, um convencimento. Talvez, direcione-o ao louvor, à intercessão ou a uma contemplação e adoração silenciosas. Simplesmente, deixe-se levar. É como iniciar uma navegação em um barco com a força de braços e remos, mas, quando o vento bater, parar de remar e deixar o barco ser levado para onde o vento soprar.

Mas atenção! Muitos, com dificuldade para orar e meditar, poderão ocupar todo o “tempo de oração” com leitura e não terão, obviamente, feito um “tempo de oração”. Podem usar a leitura para “escapar”. Por isso, devemos dividir o tempo entre oração e leitura, um dia lendo mais, outro menos, mas atentando a isso.

Leitura sistemática

Ler é um hábito – um hábito que o brasileiro não cultiva. Lemos pouco em geral. Preferimos assistir a um filme a ler um livro; assistir ao noticiário a ler o jornal. A leitura toma tempo e nos faz pensar, e disso a maioria de nós não gosta. Esse mau hábito estende-se para a vida cristã: pergunte a um cristão convertido há dez anos quantas vezes ele leu a Bíblia toda, e a resposta será constrangedora. E quantos livros edificantes de testemunhos, biografias, ensino doutrinário e vida cristã ele leu? A maioria dos cristãos conhece a Bíblia de “orelhada”, de pregações aqui e ali, de leitura de pequenos e preferidos trechos das Escrituras.

Separar um pequeno tempo diário para a leitura das Escrituras e livros afins, por menor que seja, é fundamental para o entendimento sobre os propósitos de Deus, sua história, sua vontade. Aproveitar tantos autores com conteúdos riquíssimos e que se dedicaram a estudar e escrever para nossa edificação é alimento para a fé. Muitos cristãos não sabem responder à razão da sua fé por não conhecer a Palavra de Deus. A leitura sistemática nos ajuda também no momento da leitura orante, pois teremos conhecimento prévio do contexto em que aquele trecho está contido. Isso só pode enriquecer nossa intimidade com Deus. Trata-se de uma leitura visando ao conhecimento, e, por isso, devemos programá-la e cumprir o planejamento com disciplina.

Estudo bíblico

O estudo difere da leitura, pois ocupa mais tempo e não precisa ser diário, mas é bom que tenha uma periodicidade. Pode e deve ser amparado por dicionários, manuais, apostilas, livros, ou seja, instrumentos didáticos que auxiliem na compreensão do que se pretende estudar. Podem-se estudar um livro da Bíblia, um tema bíblico, personagens bíblicos etc. Enquanto, na leitura sistemática, nós entendemos o todo, o estudo leva-nos a nos aprofundar nas partes. Enquanto a leitura orante nos faz saborear a Palavra, o estudo nos faz entendê-la.

E, ao final, toda essa prática e proximidade com a Palavra nos levará a adquirir os conceitos de Deus e ter a mente transformada pelo pensamento de Deus (Rm 12.2).

Conclusão

Então, o que diremos? Precisamos de tempo de oração a sós com Deus, tempo para ler a Bíblia e outros livros, tempo para estudar. Como faremos tudo isso? Como já foi citado, o ritmo, a intensidade e o tempo cada um deverá estabelecer dentro da própria realidade, mas cabe a cada um também responder se o que pretende é crescimento espiritual ou permanecer naquele estado de estagnação e insatisfação do cristão que não tem vida devocional. Mais uma vez, cabe a cada um responder.

Extraído da Revista Impacto

http://www.revistaimpacto.com.br/

sábado, 11 de junho de 2011

Você Tem Sede de Deus? ( parte 3/3) por Don Whitney-Passos Práticos Para Ter Sede de Deus

Passos Práticos para ter Sede de Deus

Se você possui verdadeira sede por Deus, seu anseio sem dúvida é ter mais anseio ainda. Como insistia Jonathan Edwards: "Verdadeiros e graciosos anseios por santidade não são meros desejos inúteis ou infrutíferos".

1. Medite na Palavra de Deus

Observe que devemos "meditar" e não meramente ler. Muitas pessoas que estão desfalecendo espiritualmente são leitores assíduos da Bíblia. Sem o auxílio da meditação, advertia o grande homem de fé e oração, George Müller, a simples leitura da Palavra de Deus pode tornar-se informação que apenas "passa pelas nossas mentes, tal qual água que passa por um encanamento".

Pense no fluxo incessante de informação que passa pela sua mente diariamente – todas as coisas que vê, lê e ouve. A maioria das pessoas luta com "sobrecarga de informação", sem conseguir acompanhar a entrada fenomenal de dados em suas mentes. Se não tomarmos cuidado, as palavras da Bíblia podem se transformar em mais uma corrente de dados no rio cada vez mais volumoso que passa pelos nossos pensamentos. Assim que acabam de passar, empurradas pela pressão do fluxo de outras informações, logo passamos a focalizar o que está agora diante de nós. Tantas coisas passam pelos nossos cérebros que, se não absorvermos algumas delas, não seremos afetados por nenhuma.

Certamente, se devemos absorver alguma coisa de tudo aquilo que passa por nossas mentes, devem ser as palavras inspiradas do céu. Se não absorvermos a água da Palavra de Deus, não teremos como matar nossa sede espiritual. Meditação é o meio de absorção.

Gaste 25 a 50 por cento do seu tempo de leitura meditando em algum versículo, frase ou palavra daquela passagem. Faça perguntas a respeito. Ore sobre o assunto. Pegue a caneta e rabisque seus pensamentos num bloco de papel. Procure pelo menos uma maneira de aplicar ou viver aquilo. Demore um pouco ali. Sature sua alma lentamente na água da Palavra e descobrirá que isso não só trará refrigério, mas também estimulará sede por muito mais.

2. Ore através das Escrituras

Depois de ter lido uma passagem da Bíblia, ore usando uma parte do mesmo trecho. Quer tenha lido apenas um capítulo ou vários, escolha depois uma parte da sua leitura e, versículo por versículo, permita que as palavras de Deus se tornem as asas das suas palavras a ele.

Embora seja possível orar usando qualquer trecho das Escrituras, recomendo especialmente que, indiferente de onde tenha feito sua leitura, você depois vire para os Salmos e use um deles para orientar sua oração. O livro de Salmos era o divinamente inspirado hinário de Israel. Além disso, duas vezes no Novo Testamento (ver Ef 5.19 e Cl 3.16) recomenda-se aos cristãos que cantem salmos. De forma diferente de todo o restante da Bíblia, os Salmos foram inspirados por Deus para o explícito propósito de serem refletidos para Deus.

Suponhamos que você tenha escolhido o Salmo 63 para sua oração hoje. O primeiro versículo diz: "Ó Deus, tu és o meu Deus forte, eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, numa terra árida, exausta, sem água".

Você poderia entrar na oração confessando que o Senhor é o seu Deus, agradecendo-o graciosamente por isto e depois simplesmente exultando em Deus pelo fato dele ser Deus. Em seguida, poderia expressar os anseios e suspiros que sente por ele, reconhecendo que é uma bênção divina ter uma sede de Deus plantada no seu coração pelo próprio Deus. Talvez depois sinta desejo de pedir ao Senhor que plante esta sede divina nos seus filhos ou em alguém com quem tenha falado do evangelho. E assim poderia caminhar pelo salmo, orando a respeito do texto e daquilo que lhe ocorre enquanto lê. Se nada lhe vier à mente enquanto está meditando sobre um versículo ou trecho do capítulo, passe adiante.

Os elementos poéticos, entranhados e espiritualmente transparentes dos Salmos freqüentemente combinam de formas que elevam a alma e acendem uma paixão por Deus. Tratam de forma realista com toda a gama das emoções humanas e podem tomá-lo de qualquer situação espiritual onde estiver e elevá-lo em direção ao céu. Nada consegue renovar tão infalivelmente meus anseios por Deus e atirar-me como foguete ao nível experimental de comunhão com ele do que orar com as palavras dos Salmos.

3. Leia livros de autores que geram sede

Depois das palavras sopradas por Deus que temos na própria Bíblia, leia obras confirmadas através dos séculos de autores cristãos que escreviam com canetas que geravam sede. Clássicos como O Peregrino, autores antigos como Jonathan Edwards, Charles Spurgeon, Irmão Lawrence, Madame Guyon, e autores mais modernos como A.W.Tozer e recentemente Tommy Tenney e John Piper podem trazer grande refrigério e despertar a sede dormente no nosso interior.

Que o Senhor o abençoe com uma grande sede por ele que dure toda sua vida, pois certamente seu propósito é saciá-la consigo mesmo.

Extraído da Revista Impacto

http://www.revistaimpacto.com.br/por

terça-feira, 7 de junho de 2011

Você Tem Sede de Deus? - ( parte 2/3) por Don Whitney

Parte 2 – A Bênção da Sede Espiritual

"Bem-aventurados todos os que nele esperam" (ou "os que por ele anseiam", no original), declarou o profeta Isaías (Is 30.18). "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça", reiterou Jesus (Mt 5.6). Um intenso desejo pelo Senhor e pela sua justiça é uma bênção. Como assim?

1. Deus inicia a sede espiritual

A razão de alguém ter sede por Deus é que o Espírito Santo está agindo dentro dele. Se você é um cristão, duas pessoas vivem no seu corpo: você e o Espírito Santo. Como o apóstolo Paulo explicou: "Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?" (1 Co 6.19). E o Espírito Santo não está passivo no seu interior.

Por exemplo, assim como você pode escolher pensamentos para colocar na sua mente, ele também pode – e de fato coloca. Você pode decidir que vai pensar por alguns instantes sobre o que deve fazer esta noite; da mesma forma, ele pode plantar pensamentos sobre Deus e as coisas de Deus. Esta ação faz parte do processo que ele usa para levar um cristão a se "inclinar para o Espírito" (Rm 8.5).

Outra parte da ação dele é levar você a ter sede de Deus e anseios (como "Aba, Pai", ver Romanos 8.15), assim como outros sinais de vitalidade espiritual.

Charles Spurgeon, o singular pregador batista britânico do século XIX, descreveu assim a bênção da sede:

Quando alguém suspira por Deus, é fruto de uma vida secreta no seu interior: ele não suspiraria muito tempo por Deus por sua própria natureza. Ninguém tem sede por Deus enquanto ainda estiver no seu estado carnal (ou seja, não convertido). A pessoa não regenerada suspira por qualquer coisa antes de suspirar por Deus. É prova da natureza renovada ter um anseio por Deus; é uma obra de graça na sua alma e você deve ser profundamente agradecido por isso.

2. Deus coloca sede espiritual a fim de poder saciá-la

Deus não acende o fogo do desejo por ele a fim de nos frustrar ou para zombar de nós. Ele mesmo declarou: "Não disse à descendência de Jacó: Buscai-me em vão" (Is 45.19). O que se aplica à linhagem natural de Jacó (Israel) é válido também para seus descendentes espirituais – aqueles que crêem no Messias de Israel, Jesus.

Deus gera sede no homem por ele a fim de poder saciá-la com sua própria vida. "Pois dessedentou a alma sequiosa" é a promessa de Salmo 107.9, "e fartou de bens a alma faminta". Jesus garante que são "bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porqueserão fartos" (Mt 5.6, ênfase acrescentada).

Jonathan Edwards argumentava que, de acordo com as Escrituras, "os tementes a Deus são destinados a experimentar felicidade inconcebível e além do conhecimento humano". E acrescentava: "Sem dúvida, Deus alcançará seu objetivo em gloriosa perfeição". Se Deus, de fato, nos criou para fruirmos de inimaginável plenitude de alegria, e plantou em nós o anseio para a alcançarmos, então certamente também "fez o homem capaz de experimentar este imensurável e sublime êxtase espiritual... Deduzimos que o homem foi designado para uma maravilhosa bem-aventurança, já que Deus o criou com anseios e desejos que não podem ser satisfeitos com nada menos que uma felicidade muito grande... Um desejo que não pudesse ser satisfeito seria um eterno tormento."

Edwards defendia, obviamente, que estes "anseios e desejos" eram evidências de sede por Deus, um anseio que só pode ser completa e finalmente saciado no desfrutar eterno e ilimitado de comunhão face a face com o próprio Senhor na vida celestial.

Ao contemplar sua glória, os regenerados testificarão que estão abundantemente saciados com a plenitude da casa do Senhor e que da "torrente das suas delícias" ele lhes dá de beber (Sl 36.8).

Você tem sede de Deus? Sede é uma parte do plano de Deus que nos conduz em direção ao seu magnífico e inconcebível alvo eterno!

Extraído da Revista Impacto

http://www.revistaimpacto.com.br/

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Você tem Sede de Deus? -( parte 1/3 ) por Don Whitney

Parte 1 - Três Tipo de Sede

Embora não seja perceptível em todos os momentos, em um sentido existe uma sede em todas as pessoas. Deus não nos criou para estarmos contentes com nossa condição natural. Ou de uma forma ou de outra, em um grau ou outro, todos querem mais do que têm no presente momento. A diferença entre as pessoas é o tipo de anseio que possuem no fundo de suas almas.

Em se tratando de sede espiritual, podemos dizer que há pelo menos três tipos:

1. Sede da alma vazia

A pessoa não convertida possui uma alma vazia. Destituída de Deus, busca contínua e freneticamente algo para preencher seu vazio. Os objetivos desta corrida desvairada podem incluir dinheiro, sexo, poder, casas, propriedades, esportes, hobbies, entretenimento, misticismo, realização, reconhecimento e estudo; em qualquer desses, porém, está essencialmente "fazendo a vontade da carne e dos pensamentos"(Ef 2.3).

Como Agostinho afirmou: "Tu nos criaste para ti mesmo e nossos corações vivem inquietos enquanto não acharem repouso em ti". Sempre buscando, nunca satisfeita, a alma vazia vai de um objetivo a outro, sempre incapaz de achar algo que consiga preencher o vácuo do tamanho de Deus que existe no seu coração.

A ironia da alma vazia é que, embora seja perpetuamente insatisfeita em tantas áreas de sua vida, ela se satisfaz com tanta facilidade em relação à busca de Deus. Sua atitude para com assuntos espirituais é como o homem que disse à sua alma complacente em Lucas 12.19: "Tens em depósito muitos bens para muitos anos: descansa, come e bebe, e regala-te".

Sejam quais forem os desejos da alma vazia nesta vida, estes nada têm em comum com o que o pastor e teólogo do século dezoito, Jonathan Edwards, chamava de "desejo santo, exercitado por meio de anseios, fome e sede de Deus e de santidade", que caracteriza o verdadeiro cristão.

2. Sede da alma árida

A diferença entre a alma vazia e a alma árida é que a primeira nunca experimentou os"rios de água viva" (Jo 7.38), enquanto que a segunda já os conhece e sabe do que está sentindo falta. Isto não significa que a alma árida tenha perdido a habitação interior do Espírito Santo; de fato, como Jesus disse, "a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna" (Jo 4.14, ênfase acrescentada). Como é, então, que a alma do verdadeiro crente em Cristo se torna árida, quando Jesus prometeu que "aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede, para sempre" (Jo 4.14)?

A alma do cristão pode se tornar árida em uma de três maneiras. A mais comum é quando se bebe demais das fontes dessecantes do mundo e se esquece dos "ribeiros de Deus" (Sl 65.9). Talvez o salmista tivesse bebido demais das águas espiritualmente salgadas e insalubres do mundo, pois escreveu duas vezes no mesmo capítulo sobre ansiar por Deus com todo o coração e, ao mesmo tempo, sobre sua firme resolução de não se afastar da Palavra do Senhor (ver Sl 119.10). Excessiva atenção a um determinado pecado ou pecados e falta de atenção à comunhão com Deus (duas coisas que freqüentemente ocorrem em conjunto) inevitavelmente definharão a vida espiritual do cristão.

Uma segunda causa de aridez na vida de um filho de Deus é o que os puritanos chamavam das deserções de Deus. Por razões nem sempre claras para nós, o Senhor às vezes retira a nossa consciência de sua proximidade. O melhor e mais conciso conselho que posso oferecer a cristãos que lutam com este tipo de aridez espiritual vem de William Gurnall: "O cristão precisa aprender a confiar num Deus que pode se afastar". Quando o sol se esconde atrás de uma nuvem, não está menos próximo do que quando seus raios podem ser sentidos.

Em terceiro lugar, prolongada fadiga física ou mental pode causar aridez espiritual. Tanto a causa como a cura geralmente são bastante óbvias. A pessoa pode não perceber crescimento espiritual quando passa por fadiga ou esgotamento, entretanto é possível que tenha aprendido muitas lições na batalha que causou a fadiga, as quais serão vistas como significativos marcos espirituais na sua vida quando o sol voltar a brilhar.

Indiferente da causa, a aridez na vida do cristão o faz sentir como o salmista que suspirava por Deus "como a corça pelas correntes das águas"(Sl 42.1). Quando você estiver nesta condição, nada mais além da água viva do próprio Deus o satisfará. Outras coisas podem tê-lo distraído, mas agora a única coisa que importa é voltar a ter a consciência da presença do Pai.

3. Sede da alma saciada

Pode parecer uma contradição, mas em contraste com a alma árida, a alma saciada tem sede de Deus precisamente por ter sido saciada por ele. "Oh! Provai, e vede que o Senhor é bom" (Sl 34.8). Ao provar que o Senhor realmente é bom, o sabor foi tão singularmente satisfatório que gerou um anseio por muito mais.

O apóstolo Paulo demonstrou isto na sua famosa exclamação: "para o conhecer" (com a idéia: "oh, que eu o pudesse conhecer!" - Fp 3.10). Nas linhas anteriores, ele havia se exultado no relacionamento e conhecimento de Jesus que já tinha, dizendo que considerava tudo como refugo e perda diante da sublimidade desta experiência (vv. 7,8). No entanto, logo em seguida clama: "para o conhecer". A alma de Paulo estava saciada com Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, ainda sedenta por ele.

Conhecer bem a Cristo satisfaz tanto a sede espiritual porque nenhuma pessoa, possessão ou experiência pode produzir nada semelhante ao prazer espiritual que temos nele. Comunhão com Cristo é algo incomparável porque não há desapontamento algum com o que se descobre nele. Além disso, a gratificação espiritual que se recebe através de conhecê-lo inicialmente nunca acaba. E por cima de tudo isso, o Senhor em quem se encontra toda essa satisfação é um universo infinito de vida e realização, no qual se pode imergir para explorar e desfrutar sem limites. Portanto, não há nenhuma falta de satisfação em conhecer a Cristo; contudo, Deus não nos fez de tal forma que uma só experiência pudesse saciar todo futuro desejo por ele.

Jonathan Edwards descreveu a relação entre o bem espiritual desfrutado na comunhão com Cristo e a sede por mais que isto produz da seguinte forma: "O bem espiritual é realmente capaz de nos satisfazer; quem dele provar sentirá mais sede por ele... e quanto mais experimentar, quanto mais conhecer de fato esta excelente, inigualável, e excelsa doçura e a satisfação que traz, com mais intensa fome e sede a buscará".

Que Deus faça com que esta oração de A. W. Tozer seja uma expressão verdadeira das nossas próprias aspirações:

Ó Deus, tenho provado da tua bondade, e isto tanto me tem saciado como tem aumentado minha sede. Tenho dolorosa consciência da minha necessidade por graça ainda maior. Envergonho-me da minha falta de desejo. Ó Deus, Deus Triúno, quero desejar a ti; anseio estar cheio de anseios: tenho sede de ficar com mais sede ainda.

Extraído da Revista Impacto

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sábado, 14 de maio de 2011

Devoção Simples à Jesus ( parte 4 e conclusão ) - por David Ruis

3) Você está encontrando Jesus Entre os Pobres?

Eu tenho mais perguntas que respostas sobre isto, mas sei que nossa adoração,dum ponto de vista bíblico,não tem nenhuma integridade se nossas vidas não estão tocando os pobres.Eu não estou falando sobre a sopa da sua igreja, ou algum tipo de feira da pechincha ou brechó,ou da porcentagem do orçamento que vai de contribuição para os pobres.Você tem ou não tem tido,considerado como “pobre” quem é pobre mesmo?

Eu estou falando daqueles que são realmente, verdadeiramente pobres – não um cara rico que é “pobre” no coração.Eu desafio,provoco você a olhar através dos ensinos das Escrituras considerando o pobre e tentar espiritualizar as passagens.Isso não pode ser feito.

Deus vai ser bom com você e lá vai estar algum pobre que você vai encontrar se você pedir à Ele.Ele é gracioso,e Tiago de fato diz que os pobres são os únicos que entendem fé.Isto é,o rico freqüentemente não entende.

Tiago vai tão longe ainda para dizer, e eu não estou totalmente entendido nisso,que Deus tem atualmente encontrado os pobres.

Jesus não fez até mesmo parecer estar tão preocupado sobre acabar com a pobreza.Agora,aquelas são questões de justiça a cerca de pobreza que nós temos que tomar com seriedade,mas o ponto importante do pobre é,em algum estágio,mais sobre nós que isto é sobre restabelecimento de pessoas.Isto é sobre “mim,encontrando comigo mesmo”,e até mesmo mais,isto é sobre “ eu,me encontrando com o Senhor."

Lembre o que Jesus disse em Mateus 25:40

“O que vocês fizeram a alguns dos meus menores irmãos,a Mim vocês o fizeram.” Eu não conheço uma definição melhor para adoração do que esta.Se Jesus não está obtendo satisfação fora desta coisa chamada de Igreja, então nós devemos também embrulhar isso tudo. Jesus disse em João 4 que o Pai está atualmente buscando por esta espécie de adoração.

Adoração parece estar absolutamente atada, ligada, ao nosso compromisso social com as necessidades tangíveis ao nosso redor.

Quando você começa a encontrar o Senhor entre os pobres,isso pode parecer uma avalanche sem fim.Mas eu creio que é onde Deus está.

Conclusão

Nós podemos nunca mais fixar adoração em nossos cultos.Apenas quando você achar que você tem encurralado Deus,o Vivente,você tem ido em algum lugar além. Então você pode correr atrás Dele,e encontra-Lo num lugar em que você nunca esperava, ou você vê Sua Face no pobre.Nossa jornada é de uma vida,e nossa adoração é um sacrifício vivo diante dum Deus Vivo.Esta é uma vida de devoção simples à Jesus.

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sábado, 7 de maio de 2011

Devoção Simples à Jesus ( parte 3) - Você Está Encontrando Jesus com Fé? - por David Ruis

Coloque-se em situações onde você está se arriscando e vendo o Reino vir.Você vai encontrar Jesus neste lugar.Como líderes de adoração e compositores, isto tem que ser uma parte de nossa experiência de vida, ou nossas canções vão ser “fofinhas” – e essas canções não serão ancoradas à experiência do Reino.

Um verdadeiro encontro com Jesus causa arrependimento – arrependimento no sentido bíblico.Eu não estou falando de fazer uma poça de lágrimas num culto, lá no altar - apesar de que isso pode ser uma parte maravilhosa da jornada de arrependimento.Necessariamente isso não é arrependimento bíblico.A palavra grega para arrependimento é “metanóia”, e ela significa,“mudança de pensamento”.Você pode mudar a forma que você pensa.

Existem coisas sobre as quais você não tinha pensado antes, que agora estão realmente mais verdadeiras do que o que você tinha como uma realidade certa.

Mude seu pensamento.Aí existe uma realidade alternativa; isto é chamado de Reino de Deus e isto está caindo com força, está batendo forte em todo lugar! Persiga Jesus pra dentro deste lugar de risco e você vai encontrá-Lo lá.

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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Devoção Simples à Jesus-(parte 2)-Reencontrando Jesus - por David Ruis



Algo que o Dr. Don Williams disse há quase um ano tem me deixado de cabeça pra baixo.Ele olhou pra alguns de nós e disse: ”Vocês sabem porquê pessoal? Jesus está vivo!”
Jesus está vivo – isto é o que faz a jornada das nossas vidas ser algo a parte de qualquer outra coisa que podíamos tocar ou experimentar.Essa verdade nos catapulta, nos lança pra longe do Budismo, da fé Islâmica, Mormonismo ou do Movimento da Nova Era.Nós servimos a um Deus Vivo, e a carta aos Romanos nos encoraja, na luz dessa dinâmica e sacrifício, que Jesus ascendeu à mão direita de Deus, O Pai e intercede por nós.Nossa fé é viva e nós somos sacrifícios vivos.Nós estamos tentando abrir, revelar a totalidade, a largura de como Deus expressa Seu coração através de Seus filhos.Esta coisa que chamamos de vida é sobre Vida – Jesus está vivo, e você está vivo Nele.
Ele é também um Rei que está governando, assim, a totalidade da dinâmica da adoração não é estática.
A questão não é se por acaso você está ou não vivendo uma vida devocional, ou se você quer isso ou não – mas que ela,a vida devocional,é um convite a reencontrar o Jesus Vivo.
>PASSOS EM DIREÇÃO À DEVOÇÃO SIMPLES
1)Você está Encontrando Jesus como A VERDADE?
Jesus é a VERDADE.João 14:6 diz:”Eu Sou o Caminho e a VERDADE...”Ele mesmo é a VERDADE.Quando nós encontramos VERDADE, se nós podemos levar isso pra esse lado,eu creio que vamos encontrar Deus.Uma frase que John Wimber - um dos fundadores do movimento Vineyard(Vinha) gostava de dizer era:”Toda a verdade é verdade de Deus.” Nós temos uma maravilhosa Comunidade Vineyard em Katmandu, no Nepal.O homem que está liderando aquela comunidade, um nepalês, me contou como seu avô, um sacerdote budista,encontrou Jesus Cristo-justamente no meio de suas orações!Ele estava em busca da VERDADE.Agora existe lá nas montanhas do Himalaya uma linhagem de cristãos apaixonados, fruto da experiência daquele homem.Nós temos que conhecer Jesus como a VERDADE.
Eu não sei se você quer ou não ter uma Teologia – se é que ter isso vai fazer você ser melhor … A Escritura diz:” Estude para se apresentar aprovado à Deus.’(2 Timoteo 2:15)Derrepente você é um estudante de teologia, com 5 títulos pendurados na sua parede,falando grego quando acorda pela manhã e hebraico quando vai pra cama à noite.Mas novamente,na busca da VERDADE,procure ter um encontro com Cristo.As Escrituras dizem que, enquanto conhecimento traz orgulho, a VERDADE vai te libertar.

David Ruis
http://davidruis.ionworship.org/